domingo, 12 de janeiro de 2014

Dias intermináveis não sairia tão facilmente da memória de Sonia Morgan. Após ter sido resgatada diante muitos que desacreditavam em sua sobrevivência a bordo do cargueiro em  meio ao oceano pacifico a fim de estabelecer conhecimentos em meio as pesquisas por sua equipe a respeito das baleias e sondas que por lá existiam, o navio em meio a sua pane ficou encalhado na costa de uma ilha paradisíaca que poucos sabiam  da sua verdadeira rota, de sua plena existência. Era tarde na noite de setembro de 1994, o telefone de Sonia tocava intensamente, após um mau sonho em que ela se via a dentro sendo julgada por tribos da Amazônia. Sonia despertaria na manhã seguinte  brava pois não havia trocado o som de seu telefone pelo som predileto da sua banda favorita irlandesa u2 e ao ter levantado Sonia caminharia em busca de seu aparelho sem fio. Passado algum tempo Sonia ainda se surpreenderia com as atitudes de Lilian Salazar, sua companheira na época de filmagens e documentários sobre animais marinhos e algumas outras espécies. 
 - Um convite na rua sete para um café da manhã!  Assim mataria a saudade de sua melhor amiga que a tempos não a via.  Era um momento único, especial para Sonia, embora seja seu  aniversário tudo se completaria de uma forma muito prazerosa. Lembrava de momentos em que moravam juntas na Califórnia, momentos de tristezas e alegrias na qual juntas fizeram tattoagens e frequentavam festas. Sua  tristeza de seus olhos logo foi sumindo como os segundos do relógio que estava em sua parede . Pois acreditava  ela  minutos antes que ficaria sozinha observando a lua  acompanhada por sua garrafa de vinho italiano Toscana escutando musicas que não a convém. Assim no momento em que acordou e falou no telefone marcando horário, e local sentia vida em seus olhos. Tudo certo. Sonia  estava mais animada. Praticava rimas na forma em  que escutava. Sonia jogou o aparelho no colchão e caminho até o banheiro para um demorado banho. Feliz cantava desafina . Ainda era cedo, o vinho e as músicas românticas já faziam sentido. Assim a madrugada corria diante aos seus olhos.

Era quase oito e trinta minutos, hora marcada e o coração de Sonia batia intensamente. Imaginava a filha de sua melhor amiga já crescida, formada em doutorado acompanhando sua mãe para após um café de conversas e fofocas,  e após isto um longo  passeio pois estava certa que certamente haveria um destino de lazer sobre as margens de um telão de cinema, aonde filmes de animais marinhos acontecia nas redondezas. Logo quando avistou a câmera de sua amiga Lilian em seu pescoço em que saia de um táxi estava certa de que imagens  de trabalho recentes conheceria e novidades estava por vir. Entre tanto depois de uma longa conversa e fofocas Lilian tinha uma revelação a fazer e convidou Sonia para ir para uma praça próxima do local de onde estavam deixando sua filha em uma loja escolhendo algumas peças intimas que a desejava. Era mais sossegada para conversarem. Ao chegarem lá sentaram se em um banco abaixo de uma árvore florida de folhas vermelhas. Sonia curiosa com tudo que estava acontecendo se quer questionou uma mínima pergunta e sim deixava as coisas acontecerem até que Lilian lhe disse;  - Estou apaixonadíssima por ti.

A principio Sonia sorrio e disse que também  a amava , afinal ela era a sua melhor amiga.   Mas Lilian ao segurar a sua mão prosseguiu com lágrimas em seus olhos  e comentando todos seus esforços anteriores de estar próxima a Sonia, Lhe contou todos os seus caminhos enquanto  todos estavam a sua procura e dos outros tripulantes do navio.  Enquanto todos a sua volta estavam desacreditados sobre a sua sobrevivência, mas ela  tinha a plena convicção de que não saberia mais viver longe de seu único amor, que certamente seria Sonia.
Sonia levantou se e disse;  -Só pode ser brincadeira! Esta falando sério?  Mas o que você esta dizendo Lilian.
 Mais tarde já no hotel em que estava como cliente, noites sem dormir Sonia se perguntava  por qual motivo desta revelação, logo agora depois de trinta e seis anos de amizade. Loucura!  Se perguntava  em frente ao espelho do banheiro e pela manhã, se questionava em suas caminhadas a tarde no calçadão do hotel. Assim foram  se passando meses, assim foram passando dias e noites e Sonia tudo que pensava era a respeito deste amargo e louco sentimento. Em uma determinada manhã de junho mês do aniversário de Lilian seu telefone  tocou.  Ainda sonolenta Sonia  caminha até a sala em busca de seu telefone,  brava pois o toque do telefone a incomodava e ainda ela não havia trocado por sua música preferida da banda irlandesa u2,  em meio aos seus tropeços e seus desvios encontra o  por de sima da mesa da cozinha italiana presente este de sua tia Carmen mas o telefone tinha acabado de tocar. Volta rapidamente com seu  aparelho para aonde estava deitada em seu quarto e novamente o aparelho tocou e quando Sonia atendeu escutou a voz de Lilian lhe dizendo o quanto que a amava, seu jeito doce e carinhoso que sempre Sonia havia demonstrado diante a tanta riqueza que na qual ela sem duvida alguma a possuía em sua alma, em seu interior. Pediu desculpas por ter dito as palavras de seu fiel sentimento naquela manhã após terem tomado café  na rua sete em São Paulo. E lhe agradeceu por ela ter a escutado em seu momento único especial de uma vida. E desligou o telefone.

-Isso não vai ficar assim!  Exclamou Sonia brava e com saudades. Em um momento de impulso retornou a ligação para explicações e quando chamou do outro lado da linha sua filha Karen Salazar atendeu comovida respondendo;  - Acabei de realizar o último pedido de mina mãe. Tudo que ela queria era escutar pela última vez a sua vos.

Quando a ligação caiu Sonia deitou se em sua cama e teve a certeza que a partir daquele instante sabia o quanto sua amiga a amava.  Sonia teve a convicção de que o amor sempre esteve presente na alma de Lilian Salazar. E que sua falta sempre ficaria em seu coração.